terça-feira, 13 de abril de 2010

ESTRUTURA SOCIAL
Os bantandu têm uma estrutura social que não é diferente da estrutura social congo. Eles se valem dos mesmos elementos constitutivos da sociedade de se valem todos os congos. Todo o universo social é determinado pelo traço de descendência e esse traço engendra toda a sociedade congo. A ligação com a mãe é o traço determina entre esses povos. Nesta visão acredita-se que só a mãe transmite sangue à criança através de seu cordão umbilical e a criança é mais ligada a sua mãe que a seu pai, que é quem lhe transmite o sopro da vida. O indivíduo existe sempre dentro da mãe e o papel do pai é mais socializador após o seu nascimento.
Da mãe, o indivíduo recebe o poder, a herança, as energias ocultas, o pertencimento à família. O pai é, pois o tutor até a autonomia da criança, quando ela passa para a autoridade do tio materno, o irmão de sua mãe de quem ele pode herdar tudo. O pai desse indivíduo deixará herança para seus sobrinhos filhos de suas irmãs.
ESTRUTURA TRADICIONAL
O clã (luvila) é um espaço teórico de pertencimento à família. É a identidade de base em que se assentam todas as pessoas vivas, mortas e que estão para nascer, numa filiação matrilinear, de acordo com as origens mitológicas congo. Assim, neste espaço definido, todos têm direito a um mesmo tipo de vida mesmo que não habitem juntos. O clã lhes dá um espaço de pertencimento familiar e uma referência identitária, individualizada e distinta por um nome próprio. Ter um nome de clã, para aquelas pessoas que não se conhecem à priori significa pertencer à mesma família, virem do mesmo ramo, da mesma fonte, pois de acordo com os costumes congos, as ligações do clã não se rompem nunca.
O clã se reconhece através da terra (n’toto) que é o bem de toda a comunidade e que representa o fundamento e a expressão da presença da comunidade
A terra, o território é uma verdadeira matriz dentro da cultura congo, sacralizada e inalienável, ela define a origem do clã e liga-se ao clã através do trabalho e da habitação. Um clã sem terra é obrigado a viver e trabalhar sobre terras emprestadas, reduzindo-se dessa maneira à escravidão. A terra permanece um bem de todos os membros do clã, por isso são estabelecidos tabus em torno da terra ou interditos que todos os membros do clã devem observar rigorosamente.
Em caso de conflito grave que precise a separação do clã e a repartição da terra ou plantações, a separação se dá sob uma linha imaginária, tendo como baliza uma árvore, sob a qual penduram panelas para demonstrar que a separação é noturna e diurna. A separação diurna se refere a toda atividade social que se dá durante o dia, e a separação noturna refere-se a toda atividade de feitiçaria.

A linhagem (kanda) reagrupa as pessoas descendentes de um mesmo ancestral, igualmente as que estão distantes e que não podem servir de referencia na organização das relações de assistência recíproca.
O ventre (kivumu) reagrupa pessoas que tem um mesmo ancestral no seio da linhagem e participam de uma vida comum, ou de solidariedade afetiva obrigatória e recíproca.
A mãe (ngudi) é um agrupamento de pessoas em torno de um ancestral direto ou de um mais velho vivo e responsável.
Governo da Casa (Nzo) é o menor nível de agrupamento do clã. É a unidade residencial que reagrupa as pessoas que não são filhos da mesma mãe, nem pertence à mesma linhagem, nem são do mesmo clã, mas se colocam todos sob a autoridade de um homem (de um pai)

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