terça-feira, 5 de janeiro de 2010

L'esprit du temps de pharaon et l'esprit bakongo, esquisse d'une étude des similitudes

L'esprit du temps de pharaon et l'esprit bakongo, esquisse d'une étude des similitudes

Autor: Magloire MPEMBI d.b. NKOSI MD
Docteur en Médecine (Université Kongo)
Assistant en Neuropsychiatrie (CNPP MONT AMBA UNIKIN)
E-mail : jbmagloirem@yahoo.fr
Website: http://www.afrikadiata.fr.nf
* 1 J'emprunte cette expression au titre de l'ouvrage d'Erik Hornung :


Extraído e traduzido livremente pelo Prof. Dr. Sérgio Paulo Adolfo

http://memoireonline.free.fr/10/07/623/l-esprit-du-temps-des-pharaons-et-l-esprit-bakongo.html


O ESPÍRITO DOS TEMPOS DOS FARAÓS (1) E O ESPÍRITO BAKONGO: ESBOÇO DE UM ESTUDO DAS SIMILITUDES.(2)
Em resposta a interrogação do Professor Augustin AWAK’AYOM questionando porque os lingüistas africanos ignoravam o parentesco genético do Egito Faraônico e das línguas negro-africanas, demonstrado em 1941 por Liliane Homburger, continuam preferindo uma classificação empírica (3)
Lusala Lu NE Nkukaa publicou no Congo Afrique quatro estudos afrocentricos dos mitos, lendas e contos negro-africanos e egpícios.(4)
A origem das palavras e dos conceitos analisados ao longo desses ensaios prefigura uma síntese magistral das ligações entre o Egito faraônico e o Kikongo também sobre o plano semântico e gramatical.
Não se discute mais sobre a negritude dos antigos egípcios, e nem é necessário permanecer no terreno das provas perempentórias, atestando a continuidade histórica entre os Rametou (5) e os negros africanos atuais.
Nos nos propomos aqui a um esboço, uma aproximação antropológica entre a civilização kongo e a civilização egípcia tendo como base a realeza (I) a religião (2) os hábitos e costumes (III) e a moda (IV)


I. A REALEZA
“Da identidade de concepção que existe, em geral, entre o Egito e o resto da África negra, a concepção da realeza é um dos traços mais impressionantes” (6)
Dessa forma, com essas palavras, Diop começa o parágrafo sobre a realeza no Egito e na África Negra no seu livro inaugural. Sem se deter no caráter sacro-santo da função real, o autor descreve um rito, a festa do Sed, rito esse assentado sobre a conecpção vitalista comum na África. O faraó não podia reinar de fato e de direito sem estar em plena possessão de suas forças. Para regenerar suas forças vitais, ele era simbolicamente levado a morte no decorrer da cerimônia a que era submetido. “ O rei passava por um rejuvenescimento aos olhos do povo e estava então apto a assumir suas funções.” (7)
Entre os Kongo, o rei e o poder são as primeiras ligações virtuais de equilíbrio cosmobiológico universal. A força do Rei e a prosperidade coletiva permanecem uma só. (8) A perturbação mais grave que pode acontecer ao Mani Kongo é a loucura (do poder?). Ntinu Wene, o primeiro entre eles, passou por essa amarga experiência(9). A intronização, Nasku Lau tira do rei sua calda de búfalo a fim de protegê-lo mental e psiquicamente. Este ato era essencial para a vida do rei e de seu reino.
No Egito como no Kongo, o rei é ferreiro. E aqueles que exercem essa profissão o fazem em nome do rei. Assim “o trabalho de forja (lufu) era considerado como um trabalho especial e cercado do Nkisi e de numerosos tabus” (10).
Se o Rei goza das mesmas considerações no Egito tal como Kongo(11) o comportamento das pessoas em sua presença deverá apresentar similitudes nas duas áreas culturais. Joseph Ki Zerbo descreve as duas cortes: “.No alto da pirâmide social, há o Faraó, que se distingue dos outros homens por ser considerado divino (...). Em sua presença, as pessoas se prostram e cheiram o solo.” (12)
Diante dele, se ajoelham ou se prosternam, jogando poeira sobre a cabeça antes de implorar sua benção (...) (13)
Os egípcios e os kongo cheiram o solo e aspergem sobre a cabeça a terra a fim de monstrar sua submissão ao soberano.
II. Religião
Traços comuns em matéria de religião entre dois povos distantes no tempo e no espaço revela forçosamente um contato íntimo. A religião é sempre um traço por excelência da expressão livre do imaginário de um povo, e, não há chances que duas comunidades distantes tenham a mesma idéia de Deus por acaso.
Neste assunto Egito e Kongo se aproximam.
Os antigos egípcios e os bakongo são monoteístas. Deus tem o mesmo nome entre os dois povos. Imn (Amon) – Rá invertido da Nzambi; nza (Ra) e mbi (Imn com a supressão de m) o mb é o m egípcio reforçado; notemos que nza designa em kikongo a esfera solar vermelha (14)
A morte e a vida ocupam um lugar importante daí a pompa que cercam os funerais tanto no Egito quanto no Kongo.
A finalidade dos textos das piramides era de permitir ao defunto de adentrar no reino dos mortos (céu) e lá encontrar a felicidade (...)
Era necessário atravessar certos cursos d’água; para isso certos encantamentos eram colocados a sua disposição para que ele, forçando a passagem não olhasse para trás quando atravessasse a água.
Ás vezes, se o navegante se obstinava era necessário implorar ao deus Rá de o fazer obedecer. “ O Rá recomenda ao defunto olhar para trás, passar o Lago-de-Lys, para que ele possa tomar sua barca ali e poder passar aos deuses do outro lado do Lago-de-Lys, em direção do lado do céu.
“um outro local dos mortos que menciona a tradição kongo, é o Mpemba, o local dos mortos através do mar.(...) Os mortos, para chegar ao Mpemba, devem seguir o itinerário do sol. Porque a concepção dos antigos bakongo era que o movimento circular do sol parte do fundo do oceano, passando sobre nossas cabeças. O mundo era como uma grande montanha cercada de água. O homem vivia sobre esta montanha. De lá pode ver o sol se elevar sobre as águas e retornar e mergulhar novamente nelas, que é o lugar dos mortos, para os iluminar depois de ter iluminado os vivos. Para se chegar ao reino dos mortos (ku Mpemba) o sol passa pelo oceano (mbu, kalunga) e se ocupa em comer os caranguejos. Então, o sol, ele mesmo se torna um caranguejo, ou seja ele se transforma na canoa que transporta as almas au Mpemba(...)
Os bons vão se juntar aos ancestrais e os maus se perdem no caminho. Para alcançarmos a água teremos que ter um coração puro e ao nos juntarmos aos ancestrais teremos uma vida de plena paz e felicidade.
Esta descrição do ultimo plano de vida egipicioé a atualização do Livro dos Mortos citado por Braden. Os elementos singulares importantes se encontram nos dois textos: a água, o barco lá, a piroga aqui, as dificuldades sobre o caminho, uma constante referência ao sol. Que este último se transforme em caranguejo para transportar as almas no oceano lembra forçosamente a cosmogonia héliopolitana da criação. As águas primordias chamadas Noun – em egípcio existir, tornar a ser – chama ao mesmo tempo Rá – a ordem – e a serpente Apophis – a desordem – à existência (18). Cada noite, a serpente ameaça devorar o sol quando ele retorna ao Noun. Cada manhã o sol emerge Du Noun vitorioso.
Entre os bakongo, o destino reservado as almas que não entraram no paraíso e de se tornar Tebo. Van Wing nos dá a descrição: “um maldoso que viole todas as leis dos ancestrais ou do país, ele se tornará um tebo, um ser infecto, nauseabundo de cabelos vermelhos, errando sobre a terra sem descanso nem repouso, em comercio com os ndok os feiticeiros que sugam o sangue” dos homens (19). Cento e cinquenta e três páginas adiante, Van Wing é mais preciso: o Tebo é pequeno, feio, pele acinzentada, uma longa cabeleira russa, um odor nauseabundo e come carne humana. (20). Ora, no panteon egípcio existe Seth que os gregos chamavam de Typhon. Diop o descreve: “Seth, Typhon, o príncipe do mal e da desordem, o símbolo da traição e fruto da união entre um branco de cabelos avermelhados; até o fim de sua história os egípcios massacraram espontaneamente este tipo de branco como um ser impuro.” (21) Marguerite Divin o descreve como: “Era o terceiro filho da noite, branco de pele e vermelho de cabeleira” (22) Que dizer mais se não se inclinar ao poder dos fatos. As precisões de Van Wing falando em longa cabeleira vermelha, errante, permitem decalcar Tebo sobre Seth e de sobre ainda explicar porque os gregos o chamavam de vento errante...
III . OS COSTUMES

Os egípcios como os bakongo eram circunscisos. Os últimos continuam a praticar a circuncisão sem necessidade de explicar o seu sentido profundo. Este traço da cultura era também característica dos antigos egípcios em quem Heródoto se apoiou para demonstrar a identidade entre aqueles e os Colches. (23) Um outro elemento de similitude é o horror à homossexualidade entre os dois povos.
Na mitologia egípcia ela aparece como um atributo de Seth o príncipe do mal que não hesitou em violar seu sobrinho Horus.
E entre os bakongo?
Lá onde o comércio não era ponto permitido aos Brancos, com algum traço de pecado contra a natureza, constatavam os Capuchinhos em 1747. Dois séculos mais tarde, Van Wing tcava no mesmo tema: “
A homossexualidade continua muito rara (26) As p´raticas homossexuais são vistas como abomináveis e castigadas por Nzambi.”(27)
Mais uma vez a comunhão dos pontos de vista é perfeito.
IV . A moda
“…o rei e seus cortesãos se vestem de tecidos feitos de palmas(…)na frente usam como ornamento, pendente, a maneira de um avental, peles delicadas e bonitas, como as peles de pequenos tigres, de almíscar, pele de marta ou de animais parecidos,(...) (28)
“o rei e os nobres portam sapatos à antiga como se pode ver nas estátuas romanas...” (29)
O porte de peles de animais como ornamento e aquele das sandálias “a antiga” existia belos e bem no Egito. A acreditar em Ki-Zerbo esta tradição restou muito viva. (30)
A propósito do penteado entre os Bakongo, Pigafetta e Lopez nos informam que “ Eles (o Rei e seus cortesãos) se penteam de um pequeno boné, quadrado no alto, de cor vermelho e amarelo, que lhes cobre o alto da cabeça e que para além de um ornamento é sobretudo uma defesa contra o vento e o sol.” (31)
A cobertura bicolor do penteado acontecia igualmente com o Faraó. “os Faraós reuniram dois reinos e por isso eles usam a coroa vermelha do norte sobre um boné branco que era a insígnia dos reis do sul.” (32)
A presence das duas cores era o símbolo da unificação das duas terras. Entre os bakongo, muitos Nkisi (33) eram compostos entre outras coisas de uma terra vermelha e uma terra branca. (34)
Como se pode ver, a referência ao Egito mesmo no plano místico é constante.
Conclusão
Chega-se seguidamente a conclusão que os africanos que possuem uma inteligência superior o fazem por “concessionismo” ou para salvaguardar as amizades transculturais, são aqueles que tem os grandes idéias, a ponto de terem um discurso científico contraditório. Este é, por exemplo o grande drama de Joseph Ki-Zerbo. Ao afirmar que existe um “substratumde um parentesco original” entre o Egito (35) e as civilizações negro-africanas em razão da quantidades de traços culturais comuns, ele explica os últimos como “eixos amortecidos e degradados da civilização do Nilo” Isso nos deixa perplexos!

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